ops

Montag, 12. Juli 2010

Wortes uber Städte

RUAS DEMASIADO VELHAS


Caminhei pelas ruas de uma velha cidade, e eram fracas as ruas como gargantas de peixes duros do mar, salgados e guardados em barris por muitos anos.

Que velhas, que velhas, que velhas que somos! – continuavam a dizer as paredes encostadas umas às outras como velhas da aldeia, como velhas comadres que estão cansadas e que fazem o indispensável.

O máximo que a cidade me podia oferecer a mim, um forasteiro, eram estátuas de reis, em cada esquina bronzes de reis, velhos reis barbudos que escreviam livros e falavam do amor de Deus para com todos os povos, e reis jovens que atravessaram com exércitos as fronteiras, partindo a cabeça dos adversários e aumentando os seus reinos.

O mais estranho de tudo para mim, um estranho nesta velha cidade, era o ruído do vento que serpenteava nas axilas e nos dedos dos reis de bronze: Não há evasão? Isto vai durar para sempre?

Bem cedo, numa rajada de neve, um dos reis gritou: “Deitem-me abaixo onde não me possam ver as comadres cansadas, atirem o meu bronze para um fogo feroz, e fundam-me em colares para crianças que dançam”.

Carl Sandburg

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