Filho de um cirurgião militar das tropas de Württemberg (na época, sob o comando do DuqueCarlos-Eugênio), Johann Kaspar Schiller (1723-1796) e de Elisabeth Dorothea Schiller, nascida Kodweis (1732-1802), Friedrich Schiller nasceu em 1759, em Marbach am Neckar, onde vive seus primeiros anos de vida. Em 1762 seu pai é promovido a capitão e passa a exercer funções de oficial-recrutador na cidade livre de Schwäbisch Gmünd. Em 1763 a família Schiller fixa residência na localidade de Lorch, onde Schiller aprende as primeiras letras. Aos cinco anos inicia seus estudos do latim, sob a orientação do pastor Ulrich Moser. Em 1767, um nova nomeação do pai de Schiller leva a família a se instalar em Ludwigsburg, onde o poeta freqüenta a escola latina. A intenção de Schiller é se preparar para ser pastor, mas em 1773 acaba por ingressar, contra a sua vontade, na Karlsschule (academia militar instalada no castelo Solitude em Stuttgart, fundada por Carlos-Eugênio com a finalidade essencial de treinar oficiais e funcionários para servi-lo). Schiller opta pelo curso de Direito, que posteriormente abandonará. A rigidez da disciplina militar da academia causa profundas seqüelas em Schiller (como o fato de urinar na cama, o que rendeu repetidas reprimendas por parte de seus professores) e lhe dá inspiração para sua primeira grande obra, Os Bandoleiros.
Schiller abandona o curso de Direito, e em 1775 ingressa na faculdade de Medicina. Durante esse período alimenta sua paixão pela literatura, lendo clássicos como Plutarco, Klopstock, Shakespeare, Lessing e Goethe, e também iluministas como Voltaire e Rousseau. Também nessa época Schiller se fascina com o movimento Sturm und Drang, do qual será representante como seu amigo Goethe. É durante esse período na Faculdade de Medicina que Schiller escreve sua peça Os Bandoleiros.
Em dezembro de 1780 Schiller forma-se em Medicina e deixa a Karlsschule, e é designado como médico do exército de Württemberg. Em 1781 publica Os Bandoleiros, seu primeiro grande sucesso nos palcos, que será um grito de liberdade contra a rigidez da vida militar a que foi submetido. Por intermédio do empresário Wolfgang Heribert von Dalberg, ela é representada pela primeira vez em 1782 no Teatro de Mannheim, causando grande comoção no público, principalmente os jovens. Como Carlos-Eugênio não autorizou a representaçao da peça, Schiller é punido com 14 dias na prisão e proibição de continuar escrevendo.
Numa noite de setembro de 1782, contrariando as ordens de Carlos Eugênio, Schiller foge de Stuttgart junto com seu amigo e primeiro biógrafo Andreas Streicher, sem dinheiro, e com destino a Mannheim Em 1782 Schiller publica, com dinheiro próprio, A Conjura de Fiesco - a obra não rende muito lucro inicialmente. Em 1783 o empresário von Dalberg propõe a Schiller o emprego de dramaturgo no Teatro de Mannheim (Theaterdichter em alemão). Porém Schiller adoece de Malária (doença então comum nos charcos às margens do Reno) e não consegue cumprir com o contrato por problemas de saúde: 3 peças por ano.
Nessa época Schiller já inicia os trabalhos nas peças Intriga e Amor(até então com o título Luise Millerin), que viria a ser encenada em abril de 1784, e Don Carlos. Seus problemas financeiros com o fim do trabalho como dramaturgo aumentam, e Schiller quase chega a ser preso na chamada Schuldturm, ou Torre dos devedores.
O poeta desvencilha-se das dificuldades econômicas com um gesto audacioso: confia seus problemas a um grupo de desconhecidos que lhe haviam escrito manifestando sua admiração e oferencendo-lhe hospitalidade em Leipzig. O grupo é composto pelos futuros grandes amigos de Schiller: Gottfried Körner e Ferdinand Huber e suas respectivas noivas. Em seguida mudam-se para as imediações de Dresden (especificamente o vilarejo Tharandt), e em 1787 Schiller finaliza a peça Don Carlos, onde trata a Guerra dos Oitenta Anos entre a Espanha e os Países Baixos.
Em dezembro de 1788, Schiller, que também sempre mantivera um grande e profundo interesse por História, é indicado, a ser professor de Filosofia e História na Universidade de Iena, após indicação de Goethe. Essa vaga era, no início, sem salário, mas com perspectivas de ganho futuro. Schiller porém não se sente à vontade nesse cargo, e pensa até em abandoná-lo, tanto por um sentimento de inadequação com a comunidade acadêmica quanto pelo seu estado de saúde constantemente debilitado. Em 22 de Fevereiro de 1790 Schiller se casa com Charlotte, que lhe dará dois filhos e duas filhas. Esse casamento eliminou a possibilidade do triângulo amoroso com Charlotte e Caroline, que o impetuoso Schiller almejava. O casamento lhe trouxe, porém, satisfação e calma. No mesmo ano seu estado de saúde se agrava, não vindo a se restabelecer até sua morte. Schiller sofre ataques e freqëntes desmaios, decorrentes provavelmente de grave tuberculose. Seus hábitos de beber e fumar, associados à vida intensa típica de um romântico, não poderiam lhe auferir outros resultados. É interessante notar, porém, que mesmo com tal debilidade física Schiller foi um incansável escritor e pensador, e se viveu até os 45 anos é porque uma grande força de vontade se alojava em seu peito.
Nos anos seguintes Schiller se dedica à cátedra na Universidade, à
, a "História da Guerra dos Trinta Anos", entre outros.
Em 1794 floresce uma forte amizade com Goethe, que se iniciou na verdade em 1788, quando este retorna de sua viagem à Itália. No início ambos não sentiram grande entusiasmo um com o outro, porém com o tempo iniciaram uma cooperação que se tornou icônica do Romantismo alemão. As cartas que trocaram se tornaram históricas, e são prova da amizade sincera que existiu entre os dois e que sempre foi temperada com uma dose de competição. Goethe se sentia incomodado com o sucesso de seu "concorrente mais jovem", sentimento que era compartilhado por Wieland, e não suportava o vício de Schiller pelo tabaco e pelo jogo. Apesar disso, os dois tiveram uma fértil produção, como o poema Xênias (1796), baseado no livro homônimo de Marcial.
A cooperação com Goethe faz Schiller exercer sua criatividade ao máximo, com uma produção de numerosas baladas, de poemas como A Luva, O anel de Polícrates, etc e de peças de teatro. Schiller também edita a revista As Horas. Em 1796, ano em que Goethe retoma seu Fausto, Schiller começa a escrever Wallenstein, sua peça de maior destaque. Em Weimar há um monumento aos dois grandes poetas do idioma alemão.
Em 1799 Schiller deixa Iena e fixa residência em Weimar, onde recebe um título de nobreza - podendo se chamar a partir de então Friedrich von Schiller. É quando produz a peça de maior sucesso de toda sua obra: em 1799 Wallenstein é representada pela primeira vez. Em 1800, publica Maria Stuart, peça que trata da rainha da Escócia e de seus conflitos com a realeza britânica. Em 1801 é finalizada a peça A Donzela de Orleans, representada pela primeira vez em Leipzig. Em 1803, publica a A Noiva de Messina e, em 1804, a peça Guilherme Tell, cujo personagem principal, à la Robin Hood, era um anti-herói que roubava de ricos para dar aos pobres, e foi tanto amado (tornou-se herói nacional da Suíça) quanto odiado (durante a era do Nacional-Socialismo.
A extrema dedicação de Schiller à criação abalara profundamente seu estado de saúde, que já era grave. Uma grave infecção causada pela tuberculose o derruba definitivamente em cama, e após sua morte constata-se que seu corpo estava já terrivelmente comprometido: rins e pulmões destruídos, músculo cardíaco atrofiado e vesícula e baço inchados. Uma forte crise o acomete, vindo a falecer em 9 de Maio de
Nur die Gedanken, die mir während meines Spaziergangs einfallen, haben Wert.
"Só os pensamentos que me ocorrem durante o meu passeio têm qualquer valor." F.Nietzsche
Viajantes
Enquanto ignorares a distinção entre o evitável e o desejável, o necessário e o supérfluo, o justo e o injusto, o moral e o imoral — nunca serás um viajante, mas apenas um ser à deriva.
Séneca Para poder examinar de longe a nossa moralidade europeia, para a medir pelo escalão de outras moralidades passadas ou futuras, é preciso fazer como um viajante que quer conhecer a altura das torres de uma cidade: para isso, deixa essa cidade.
Friedrich Nietzsche
VIAGENS
Mesmo a maior viagem começa onde se está parado. Lao-Tzu " viagem, de deslocação: a gente provoca o corpo a empurrar a estrada pelos olhos. " Ondjaki
O fim da viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já. José Saramago
Não há melhor fragata do que um livro para nos levar a terras distantes. Emily Dickinson
Depois de termos procurado em vão um país de adopção, restringimo-nos à morte, para, nesse novo exílio, nos instalarmos como cidadãos. E.M.Cioran
Viajar não faz bem apenas aos homens, também é bom para os próprios percursos ter homens que os percorram. Um caminho é como uma casa, é preciso abrir a janela de vez em quando para que o ar circule. Precisa de ser arejado o caminho e os homens que o percorrem são os que utam esse ofício. São os homens e as mercadorias que conservam a estrada. Canto V, 10
Gonçalo M Tavares
E que outro proveito tirar da viagem?
Aqui estou sem enfeites. Cidade cujas tabuletas não sei ler, caracteres estranhos a que nada de familiar se prende, sem amigos a quem falar, sem distracção, enfim.
Albert Camus
Gostava de estar no campo para poder gostar de estar na cidade.
Fernando Pessoa
Perhaps I am not allowed to remain too long in one place; there are people who can acquire a sense of home only when they are traveling.
Franz Kafka
Sou daquelas pessoas que no fundo não suportam nenhum lugar do mundo e só são felizes entre os lugares de que partiram e para onde se dirigem.
Thomas Bernhard
Uma coisa é ser um desenraizado no seu país, outra no estrangeiro, onde se pode encontrar a pátria no desenraizamento.
Imre Kertész
O valor das cidades modernas está em incentivarem em nós o desejo de felicidade dos que sabemos que nelas viveram e que sobre elas sentiram e amaram.
Eduardo Prado Coelho
Uma cidade é um mundo se amarmos um dos seus habitantes .
Lawrence Durrell
Caderno de Retratos - Memórias Imperfeitas
-
O livro “Caderno de Retratos-Memórias Imperfeitas” (capa e contracapa em
baixo) consta de 93 retratos de amigos meus que me visitaram nos meses de
Julho,...
-
* BREVIÁRIO DO SILÊNCIO*
Com Mahler e Claudio Abbado, Adagio da 9ª Sinfonia, Festival de Lucerna
2009:
<iframe width="560" height="315"
src="https://ww...
Das cores do meu mundo
-
Pinta-me de azul
amarelo verde ou violácea
Deixa-me uma rosa
mas não roubes a acácia
Pinta o meu mundo
de cores garridas, traço seguro
Perscruta bem no f...
One hour sketches
-
[image: starbuckspikeeplace011108]
———
*The bigger the format, the longer it usually takes me to do a sketch. This
one on my bigger Moleskine (spread=10 x 8...
Keine Kommentare:
Kommentar veröffentlichen