ops

Donnerstag, 31. Dezember 2009

Mittwoch, 30. Dezember 2009

British Humor

Wörter über Städte

Budapeste. Janeiro de 1994.
Degradação interior sensível. Paixão estúpida pela leitura de jornais. Os factos odiosos, o ambiente destruidor, nas ruas, nos transportes, nas lojas: a agressão diária que se suporta em todo o lado e de toda a gente faz nascer afloramentos diários de ódio. Esta vida estúpida conserva-me a um só nível, o da instantânea reacção ao efémero. A minha alma eterna (deixem que fale assim), a minha alma eterna solta-se de mim, devagar, e já sinto a sua renúncia desencantada: em vão tentei construir um ninho nesta casa.
Imre Kertész

musik auf Städte

seitens der Städte.. OXFORD: Jane Austen

OXFORD 2009 Jane e sua irmã Cassandra foram para Oxford em 1873, aos cuidados da senhora Cawley Foto:G.Ludovice


Jane Austen

Retrato a óleo de Jane Austen feito em 1875, de autor desconhecido, baseado na aquarela feita pela irmã em 1810, encontra-se na National Gallery em Londres

Jane Austen (1775-1817) foi uma escritora inglesa, autora de seis romances (completos): A Abadia de Northanger, Razão e sentimento, Emma, Mansfield Park, Persuasão e Orgulho e preconceito, este último, o mais conhecido deles e, ao que tudo indica, um dos preferidos da autora que referiu-se a ele em uma carta como “querido filho”.
Jane Austen nasceu em16 de dezembro de 1775 em Steventon no condado de Hampshire, Inglaterra. Filha do reverendo George Austen e Cassandra Leigh (nome de solteira). O casal Austen teve oito filhos:
James · 1765-1819George · 1766-1838Edward · 1767-1852Henry · 1771-1850Cassandra · 1773-1845Frank · 1774-1865Jane · 1775-1817Charles · 1779-1852

Jane e a irmã Cassandra estudaram pouco tempo fora de casa. Em 1783 foram para Oxford aos cuidados da senhora Cawley que poucos meses depois mudou-se para Southampton onde as meninas apanharam uma doença contagiosa e Jane, particularmente, ficou muito doente. Os pais as trouxeram de volta para Steventon e em 1784 novamente enviaram as duas irmãs, que sempre foram inseparáveis, para a Abbey School, perto de Reading. O internato era conduzindo pela senhora Latournelle que não era muito rígida em termos de ensino e no final do ano, as meninas voltaram para casa e não mais retornaram para escola alguma, ficando os estudos dali em diante por conta dos pais.

Em casa aprenderam desenho, tocar piano, tarefas domésticas, e sobretudo leram muito. O reverendo Austen tinha uma boa biblioteca, com aproximadamente quinhentos livros, com clássicos como Shakespeare e muitos autores contemporâneos com os quais Jane familiarizou-se. Entre os eles: Henry Fielding, Richardson, Sir Walter Scott, o poeta George Crabber, Maria Edgeworth, Cecilia Frances Burney etc.


Lápis e aquarela, c. 1810, de Jane Austen, feito por Cassandra, a irmã. Esta peça pertence ao acervo da National Portrait Gallery, em Londres.

Os Austens eram, supõem-se pelo relatos e cartas, uma familia alegre e unida. Costumavam encenar peças em casa, algumas da pena da jovem Jane, que foram certamente um ensaio para os futuros livros. Esses primeiros textos e fragmentos são chamados de Juvenilia e surgiram entre os anos de 1787 a 1793.
Não há muitos registros sobre a vida dos Austen. Por vários motivos. A vida da familia Austen era, como tantas outras das pequenas cidades e vilarejos, pacata. Os transportes, pouco confortáveis e caros, ainda mais para uma família numerosa, reduziam os passeios para lugares mais afastados e as festas, bailes, jantares e jogos passavam-se na maioria das vezes nas vizinhanças. Há também a maneira reservada como as pessoas se comportavam naquela época, mesmo com os familiares. Mas certamente com todas as limitações, moças e rapazes divertiam-se e flertavam como fazem os jovens em qualquer época.

Todos os irmãos de Jane, com exceção de George, casaram-se. Cassandra, após a morte do noivo, Tom Fowle, em 1797, permaneceu solteira e Jane, seguramente flertou e teve pretendentes, pelo que se lê em suas cartas, mesmo sendo discretas. Há também um episódio em dezembro 1802, em que Jane teria aceitado a proposta de casamento de Harris Bigg-Wither, amigo da familia de longa data, mas mudou de idéia no dia seguinte e recusou o pedido de casamento. Ninguém sabe porque aceitou. Ninguém sabe porque recusou. Talvez soubéssemos mais se Cassandra não tivesse queimado grande parte da correspondência entre elas.
Em 1801, o reverendo Austen aposentou-se e mudou-se para Bath com a familia, o que não foi do agrado de Jane – ela desmaiou ao receber a notícia da mudança. Quando o pai faleceu em 1805, Jane, Cassandra e a senhora Austen passaram a receber ajuda dos irmãos e em 1806 mudaram-se para a casa do irmão Frank em Southampton. Em 1809 mudaram-se para uma casa em Chawton, propriedade do irmão Edward.

Aquarela de Jane Austen, feita por Cassandra Elizabeth Austen, sua irmã, em 1804. Pertence ao acervo da família
Os primeiros sintomas da doença de Jane, dores nas costas, cansaço e fraqueza surgiram em 1815. Eram crises esporádicas e os médicos não sabiam explicar pois na época o mal de Addison* não era conhecido. No final de 1816 a doença agravou-se ainda que intermitente e, a partir de março de 1817, Jane ficou cada vez mais fraca largando definitivamente o livro que estava escrevendo, Sanditon. Mesmo assim manteve correspondência, principalmente com os sobrinhos. Novos sintomas apareceram e o médico local não sabia mais o que fazer. Jane foi então aconselhada a consultar outro médico em Winchester – Doutor Lyford – que percebeu que não havia nada a fazer em tal caso e receitou apenas paliativos. Jane faleceu na manhã do dia 18 de julho de 1817, e foi enterrada na catedral de Winchester.

Obras
Lady Susan (1794, 1805)
Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility) (1811)
Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) (1813)
Mansfield Park (1814)
Emma (1815)
Abadia de Northanger (Northanger Abbey) (1818) póstumo
Persuasão (Persuasion) (1818) póstumo
Sir Charles Grandison (sua única peça teatral, escrita provavelmente em 1791 ou 1792 e publicada somente em 1980)

Obras inacabadas
The Watsons (1804)
Sanditon (1817)
Juvenília
Love and Freindship [sic] (1790)
The History of England (1791)
The Beautifull Cassandra [sic] (?)

Representações na televisão e no cinema
Suas obras foram por diversas vezes adaptadas para a grande e pequena tela.
Orgulho e Preconceito
Primeira adaptação em 1940, com Greer Garson e Laurence Olivier nos papéis principais.
Venceu o Oscar de Melhor Direção de Arte em 1941.
A adaptação para a minissérie para a televisão pela BBC de Londres, estrelando
Jennifer Ehle, como Elizabeth Bennet, e Colin Firth, como Mr. Darcy. Esta minissérie é considerada por muitos como a melhor e definitiva adaptação do livro para a mídia televisiva e de cinema.
Sua mais recente adaptação, de 2005, tem no elenco
Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Rosamund Pike, Jena Malone, Donald Sutherland, Brenda Blethyn, entre outros.
Em 2006 foi indicado a 4 Oscars, 3
BAFTA e 2 Globos de Ouro (entre outros), o diretor levou o BAFTA de nova promessa para o cinema.
-
Bollywood produziu em 2005 uma versão musical inspirada no romance chamada "Bride and Prejudice" ("Noiva e Preconceito" fazendo o trocadilho em inglês entre "pride" e "bride"), dirigida por Gurinder Chadha.
Razão e Sensibilidade
Há cinco adaptações, sendo que a mais conhecida é a versão cinematográfica de de 1995, dirigida por Ang Lee. Contou no elenco com Emma Thompson, Kate Winslet, Hugh Grant e Alan Rickman.
Ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 1996.
- Está em pré-produção "Sense and Sensibilidad", versão latina dirigida por Fina Torres.
Persuasão
Há quatro adaptações conhecidas do romance, todas para a televisão:
1960, Reino Unido, dirigida por Campbell Logan;
1971, Reino Unido, dirigida por Howard Baker;
1995, EUA, dirigida por Roger Michell (considerada pelo Internet Movie Data Base como a melhor adaptação até o momento);
2007, EUA, dirigida por Adrian Shergold.
Emma
Há várias adaptações deste romance, mas a mais conhecida é a de 1996, dirigido por Douglas McGrath e estrelado por
Gwyneth Paltrow, James Cosmo, Alan Cumming e Toni Collette.
Palácio das Ilusões
O Internet Movie Data Base lista três adaptações de "Mansfield Park" para TV ou cinema. A única adaptação cinematográfica é de 1999, EUA, dirigida por Patricia Rozema. As outras adaptações foram feitas para a TV.
Northanger Abbey: A Abadia de Northanger
As duas adaptações conhecidas foram produzidas para a TV, uma em 1986 (dirigida por Giles Foster, co-produção EUA/Reino Unido) e a outra em 2007 (dirigida por Jon Jones, EUA).

Becoming Jane*
Filme sobre a adolescência e início da vida adulta de Jane Austen.AO qual dá ênfase ao seu suposto amor com Thomas Langlois Lefroy,este que teria inspirado Jane em seus romances.
Miss Austen Regrets*
O filme retrata os ultimos anos da escritora, que tenta ajudar a sobrinha a encontrar um marido. Ainda sem tradução no Brasil, o filme de 2008 mostra em forma de flash back, as possíveis decepções amorosas de Jane Austen. Dirigido por Jeremy Lovering


Im:Wikipedia//Jane Austen em português//youtube

Montag, 28. Dezember 2009

Freitag, 25. Dezember 2009

Donnerstag, 24. Dezember 2009

Samstag, 19. Dezember 2009

seitens der Städte, Wien, Imre Kertész

Imre Kertész
Budapeste, 9 de Novembro de 1929, é um escritor húngaro de religião judaica, sobrevivente do holocausto.
Descendente de uma família judaica, foi deportado em 1944 para Auschwitz e Buchenwald, sendo libertado em 1945 pelas tropas norte-americanas e regressando como único sobrevivente de uma família inteira dizimada pelos nazis. De volta a Budapeste trabalhou de 1948 a 1951 como jornalista na publicação Világosság, do qual foi despedido quando o jornal passou a órgão do Partido Comunista Húngaro.Autor foi deportado para Auschwitz aos 15 anos
Em 1944, aos 15 anos, Kertész foi deportado para Auschwitz, depois para Buchenwald e Zeitz. Conheceu os horrores dos campos de concentração nazistas e sobreviveu a eles. E, claro, como intelectual e escritor, questionou-se imensamente, após a guerra, sobre sua identidade: judeu? Húngaro? Judeu e húngaro, talvez, se isso fosse possível. Não é sem lamento, portanto, que constata que sua língua materna, „essa língua estrangeira”, o ajuda a entender seus próprios assassinos. Kertész morou em vários lugares, está sempre viajando, como atesta „Eu, um outro” (em ótima tradução de Sandra Nagy), e não consegue fazer seu ninho em lugar nenhum. Assume-se como um eterno exilado, como um estrangeiro em qualquer lugar onde esteja, na Hungria ou em Israel.
A idéia do escritor como um estrangeiro dentro da própria língua já foi muito explorada e discutida. Mesmo correndo o risco da repetição, porém, é inevitável voltar a esta analogia, pois a situação de Imre Kertész é justamente a de um escritor que não tem pátria, nem em seu próprio país. Um escritor que escreve numa língua ao mesmo tempo materna e estrangeira. Não é de se espantar portanto, que ao falar de suas inúmeras viagens, ele afirme viver como um exilado: „Nesse único aspecto vivo correctamente: sou um exilado”. Sobrevivente de Auschwitz, judeu numa Hungria anti-semita e, durante anos stalinista, escritor e viajante, Kertész vive o exílio tanto física quanto simbolicamente.

Quase todos os seus textos como a trilogia „Sem destino”, „Fiasco” e „Kadish”, tratam do Holocausto, seja de forma ficcional ou reflexiva. Mas seria um erro pensar que Kertész escreve porque viveu a experiência traumática dos campos. A lógica é outra: ele escreve e, como escritor que passou por essa experiência particular, não poderia deixar de abordá-la. Estaria mentindo para si mesmo se pretendesse esquecê-la, sem mencioná-la.
No entanto, a grandeza de sua literatura reside no fato de que ela ultrapassa os limites do estritamente pessoal e transforma o Holocausto num assunto referente a toda a Humanidade, não apenas ao povo judeu ou àqueles que sofreram tal atrocidade.
O escritor é levado, pela paixão de seu ofício, „a descrever a condição humana”, e, por esse motivo, precisa „abrir seu coração para a total miséria que reside nessa condição”. Isso não significa uma vida (ou uma obra) feita de lamentos. Ao contrário: a felicidade, afinal, só é possível para quem encara o mundo sem esquivar-se, mesmo guando a realidade alcança o insuportável, como no caso dos campos de concentração.
Em „Eu, um outro”, Kertész demonstra uma lucidez gritante, e sem dúvida, é essa lucidez que o torna feliz. Como ele nos lembra, felicidade no é esse sentimento pasteurizado que se vende por aí quase como obrigação, mas algo que se obtém quando se está disposto a fazer parte de mundo, aberto a tudo o que ele tem de belo e triste. É por isso que falar dos horrores do Holocausto torna-se inevitável para um escritor como Kertész. Afinal, como ressalta Nietzsche (aliás, um do filósofos traduzidos por ele para húngaro), é preciso lembrar para esquecer.
Former cinematographer Lajos Koltai stunned the Berlin Film Festival with this Second World War drama based on the 1975 Nobel Prize winning novel by Imre Kertész, a semi-autobiographical work about his experience as a 14-year-old deported to the concentration camps from Budapest
No entanto, lucidez não é, aqui, sinônimo de compreensão. „Não entendemos o mundo porque não é essa a nossa tarefa na terra”, diz o narrador de „Eu, um outro” Em vez de buscar uma explicação que encapsule o sentido de nossa existência, Kertész estende a mão ao leitor e convida-o para um passeio por seus pensamentos e sensações.
Há algo de leve e doce em suas palavras, mesmo quando tratam de temas duros, desde barbáries coletivas a dramas individuais, como a doença da esposa. Há também, e acima de tudo, uma generosidade rara. Nada é mais generoso do que enfrentar as intempéries e, sem perder a esperança, continuar acreditando na Humanidade. Nesse sentido a opção de Kertész pela vida e pela escrita é um verdadeiro dom, a dádiva de um „eu” aos outros.
Tatiana Salem Leví
Após ter cumprido serviço militar durante dois anos dedicou-se à escrita e à tradução para húngaro de autores alemães como Nietzsche, Hofmannsthal, Schnitzler, Freud e Wittgenstein, entre outros, o que influenciou fortemente a sua escrita. Escreveu ainda musicais e teatro de diversão.Durante cerca de 10 anos trabalhou no livro, Sem Destino, o seu primeiro romance.Da sua prestigiosa carreira literária fazem parte inúmeros prémios entre os quais se destacam o Brandenburger Literaturpreis em 1995, o Leipziger Buchpreis zur Europäischen Verständigung em 1997, o Herder-Preis e o Welt-Literaturpreis em 2000, o Ehrenpreis der Robert-Bosch-Stifung em 2001, o Hans Sahl-Preis em 2002 e o Prémio Nobel da Literatura 2002, "por escrita que confirma a frágil experiência do indivíduo face à arbitrariedade bárbara da história".
A obra mais conhecida de Kertész, Sem destino (Sorstalanság), descreve a experiência de um rapaz de quinze anos nos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, Buchenwald e Zeitz. Foi interpretada por alguns críticos como quase-autobiográfica, mas o autor desmente uma forte ligação à sua biografia.
A partir de Sem destino foi rodado um filme na
Hungria, em 2005.

Obra
Sorstalanság (trad.
Sem destino)(1975)
A nyomkereső (
1977)
Detektívtörténet (
1977)
A kudarc (pt: A Recusa/ br:
O Fiasco)(1988)
Kaddis a meg nem született gyermekért (pt: Kaddish para uma Criança que não Vai Nascer)(
1990)
Az angol lobogó (
1991)
Gályanapló (
1992)
A holocaust mint kultúra : három előadás (
1993)
Jegyzőkönyv Imre Kertész; Élet és Irodalom / Esterházy Péter (
1993)
Valaki más: a változás krónikája (pt: Um Outro - Crónica de Uma Metamorfose)(1997)

Em „Eu, um outro”, Imre Kertész compartilha com o leitor reflexões sobre a identidade, a morte, a escrita e a existência. De 1991 a 1995, entre palestras e passeios por países como Áustria, Hungria, Israel e Alemanha, o escritor húngaro, quase sempre acompanhado da mulher (que ele chama apenas de A.), faz anotações sobre os factos à sua volta, mas, como ele mesmo diz, essas notas não se assemelham em nada aos factos.
Em vez da colecção de imagens e anedotas do turista habitual, trata-se aqui de uma viagem em busca de uma identidade. Mas uma identidade que se sabe estilhaçada, um „eu” sempre outro. Embora levante de vez em quando a questão „quem sou eu?”, Kertész não está exactamente preocupado em respondê-la, pois sabe que não existe resposta possível. O que lhe interessa, isso sim, é construir caminhos por onde esse „eu” possa se fazer e se desfazer. Diz já não estar mais a procura de sua pátria, nem de sua identidade.
Afirma-se, acima de tudo, como escritor: „Tenho uma unica identidade, a identidade do escrever”. Ao optar pela literatura, Kertész opta também pela alteridade, pela diferença, libertando-se do aprisionamento de certos estigmas em que ele próprio, pela sua condição de judeu húngaro, se encontra.

A gondolatnyi csend, amíg a kivégzőosztag újratölt (1998)
A száműzött nyelv (
2001)
Felszámolás (br: Liquidação) (
2003)
im:Wikipedia/youtube

Donnerstag, 17. Dezember 2009

Dienstag, 15. Dezember 2009

musik auf Städte

The train´s sound born under my foot..

vxcvzxc

musik auf Städte

musik auf Städte

seitens der Städte.. WIEN: Gustav Mahler

Gustav Mahler 1909

Gustav Mahler

Gustav Mahler (Kaliště, Boêmia, 7 de Julho de 1860Viena, 18 de Maio de 1911) foi um dos mais conhecidos regentes austríacos e compositor.
Actualmente, Mahler costuma ser visto como um dos maiores compositores, lembrado por ligar a música do século XIX com o período moderno, e por suas grandes sinfonias e ciclo de canções sinfônicas, como, por exemplo, Das Lied von der Erde (A Canção da Terra). É considerado também um exímio orquestrador, por usar combinações de instrumentos e timbres que pudessem expressar suas intenções de forma extremamente criativa, original e profunda. Suas obras (principalmente as sinfonias) são geralmente extensas e com orquestração variada e numerosa. Mahler procura romper os limites da tonalidade, posto que em muitas de suas obras há longos trechos que parecem não estar em tom algum. Outra característica marcante das obras de Mahler é um certo caráter sombrio, algumas vezes ligado ao funesto.

Em 7 de Julho de 1860, no pequeno burgo de Kaliště, na região da Boêmia, numa região que não ficava muito longe da fronteira da Morávia, nasceu Gustav Mahler. Seus pais foram Marien Hermann (1837-1889) e Bernhard Mahler (1827-1889).
O primeiro filho dos Mahler, Isidor, nascido em 1858, sofreu um acidente ainda durante a infância e morreu. Gustav Mahler, o segundo, tornou-se, assim, o filho mais velho vivo. Os Mahler tiveram ao todo catorze filhos, contudo oito não chegaram a atingir a fase adulta.

Gustav e sua família eram judeus e faziam parte de uma minoria alemã que vivia na Boêmia. Anos mais tarde, Gustav Mahler lembraria essa condição: "Sou três vezes apátrida! Como natural da Boêmia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo inteiro. Em toda parte um intruso, em nenhum lugar desejado!"
Bernhard, o pai, era estalajadeiro e comerciante de licores, desejava uma posição melhor na vida, e procurava estimular a ambição nos filhos. A mãe, Marie, manca, proveniente de uma família pobre, filha de um fabricante de sabão, havia sofrido várias decepções amorosas durante a juventude. Ela casou-se forçada com Bernhard e procurava contentar-se com aquilo que tinha.
O relacionamento entre os pais de Gustav não era muito bom e a atmosfera do lar era pesada, o que influenciou psicologicamente Gustav pelo resto da vida. O pai de Mahler tinha um caráter violento e costumava maltratar a esposa. Sobre eles, Mahler disse certa vez: "Meus pais se davam como o fogo e a água. Ele era um teimoso; ela, a própria candura. Sem essa aliança, nem eu, nem minha Terceira (sinfonia) existiríamos. Quando eu penso nisso, sempre experimento uma estranha sensação."
Em Dezembro de 1860, alguns meses após o nascimento de Gustav, a família mudou-se para Jihlava (Iglau) na Morávia, em busca de uma vida melhor.
Em Jihlava, o exército austríaco era uma presença constante. As marchas e toques de recolher dos soldados ouvidas pelo jovem Gustav marcaram-no bastante, a tal ponto de ele ter feito uso deles futuramente em suas composições.
Gustav Mahler teve suas primeiras lições musicais, de piano, em 1866, aos 6 anos de idade. Seu primeiro professor foi um mestre-capela do teatro de Jihlava, conhecido como Viktorin. Em 1869, ele passou a ter lições de piano com um pianista chamado Brosch.
Por essa época, o próprio Gustav começou a dar aulas para um outro garoto mais novo.
Em
13 de outubro de 1870, Gustav Mahler deu o seu primeiro recital em público, em Jihlava.
Em 1871, começou a estudar no Gymnasium de Praga e hospedou-se na casa dos pais de Alfred e Heinrich Grünfeld, futuros músicos. Gustav não foi bem tratado na casa dos Grünfeld. Ele era mal alimentado e foi obrigado a trocar suas roupas e sapatos por outros artigos de pior qualidade. Um dia, dentro da casa dos Grünfled, Gustav, inadvertidamente, presenciou uma cena amorosa brutal entre a criada e um dos filhos dos Grünfeld. Gustav tentou socorrer a moça, porque pensou que ela precisava de ajuda, todavia os dois amantes o xingaram e o maltrataram. Segundo Alma, esposa de Gustav Mahler, essa cena chocou-o muito e ele nunca teria perdoado o rapaz.
O pai de Mahler, depois de tomar conhecimento da situação ruim do filho na casa da família Grünfeld, resolveu trazê-lo de volta para Jihlava, em Março de 1872. Em Jihlava as lições musicais prosseguiram. Gustav também lia bastante e para isso contou com a ajuda do pai, que possuía uma boa biblioteca.
Em 1875, durante uma audição, o professor de piano do Conservatório de
Viena, Julius Epstein (1832-1926), exclamou: Gustav é um músico nato… É impossível que eu esteja errado. Em 20 de Setembro de 1875, aos 15 anos, Gustav Mahler ingressou no Conservatório de Viena, onde permaneceu por três anos. Por essa época, ele também começou a escrever uma ópera, chamada Herzog Ernst von Schwaben.
No conservatório, Gustav teve aulas de piano com Epstein, de composição com
Franz Krenn (1816-1897) e de harmonia com Robert Fuchs (1847-1925). O diretor do conservatório era Joseph Hellmesberger (1828-1893), 47 anos, regente, violonista, considerado personagem pitoresco, fundador de um famoso quarteto de cordas e anti-semita.
Entre os colegas de Mahler no conservatório estavam
Hugo Wolf, Hans Rott e Rudolf Krzyzanowski, o amigo mais íntimo. Todos eles eram pobres, contudo Mahler conseguia arrecadar um pouco mais de dinheiro porque trabalhava como professor de música e recebia mantimentos e roupas de seus pais. Mesmo assim, precisou pedir em 1876 ao conservatório uma isenção do pagamento da mensalidade anual. Julius Epstein apoiou Gustav e este pagou apenas metade do valor. Epstein continuou a ajudar Mahler e lhe arrumou mais alunos para piano, chegando inclusive a indicar o próprio filho.

Em
1876, Gustav recebeu vários prêmios de composição e piano. Em 10 de Julho, em Viena, executou o seu Quinteto para Piano e em 12 de Setembro apresentou a sua Sonata para Violino, em Jihlava.
Foto tirada em sua infância, (c.1866)


Por volta de 1876, Richard Wagner (1813-1883) encontrava-se em um dos pontos mais altos da carreira, e ao mesmo tempo Anton Bruckner (1824-1896) começava a chamar a atenção. Em evidência estava também a figura de Johannes Brahms (1833-1897) que era levada por seus fãs a chocar-se contra as outras duas personagens.

Gustav e seus amigos do conservatório tinham grande admiração por Bruckner. Bruckner, que na época tinha 52 anos, era receptivo aos jovens e costumava ir aos concertos com eles. A amizade e admiração que Mahler teve por Bruckner fez com que muitos tivessem imaginado que este teria sido aluno daquele na universidade, o que não ocorreu, ainda que Mahler tivesse se matriculado em vários cursos só para poder ouvir as conferências de Bruckner.
Sobre seu relacionamento com Bruckner, Mahler escreveu em
1902:
Nunca fui aluno de Bruckner. Todos pensavam que estudei com ele porque em meus dias de estudante em Viena era visto freqüentemente em sua companhia e por isso me incluíam entre seus primeiros discípulos. A disposição feliz de Bruckner e sua natureza infantil e confiante fizeram do nosso relacionamento uma amizade franca, espontânea. Naturalmente, a compreensão que obtive então de seus ideais não pode ter deixado de influenciar meu desenvolvimento como artista e como homem.
Em 16 de Dezembro de 1877 a Orquestra Filarmônica de Viena executou a segunda versão da Terceira Sinfonia de Bruckner, sob sua própria regência. A apresentação não foi bem recebida pelo público e muitas pessoas chegaram até a deixar o recinto antes do final. A admiração de Mahler e seu amigo Rudolf Krzyzanowski serviu de consolo para Bruckner, que lhes confiou depois o trabalho de escrever um arranjo da sinfonia para dois pianos. Julius Epstein supervisionou os estudantes, e em 1878 foi publicada por o trabalho deles. Bruckner ficou contente e em reconhecimento presenteou Mahler com o manuscrito da segunda versão.
[
editar] A carreira de regente
Em Julho de 1878, então com 18 anos, Gustav Mahler obteve o diploma do Conservatório de Viena, após um período que pode ser considerado bem sucedido, tendo em vista os prêmios que recebeu durante sua estada. No mesmo ano, matriculou-se em Jihlava. Dividiu seu tempo a dar aulas de piano, e começou a escrever a letra de uma
cantata chamada Das klagende Lied (A Canção do Lamento). No Outono de 1878 retornou à Viena para assistir a aulas de Filosofia e História da Pintura na universidade.
Em 1879, trabalhou como professor de piano na Hungria e em Viena.
Em Junho de
1880, Mahler decidiu trabalhar por três meses como maestro do teatro de Hall, estação de águas da Alta Áustria, onde dirigiu farsas e operetas. Mahler não tinha demonstrado anteriormente desejo em tornar-se regente. Alguns esperavam que ele se tornasse pianista, por causa de seu ótimo desempenho, principalmente em obras de Beethoven e Bach.
O trabalho no teatro Hall era modesto e a Mahler era confiada também outras tarefas, como por exemplo, fazer a faxina do fosso da orquestra, após o espetáculo.
Em Setembro ele saiu do emprego e foi para
Viena. Em 1 de Novembro, terminou sua cantata Das Klagende Lied.
Em 1881, com 21 anos, inscreveu-se para o Prêmio Beethoven, que oferecia 500 florins e fora instituído pela Sociedade dos Amigos da Música (Gesellshaft der Musikfreund). Podiam participar do concurso alunos e ex-alunos do Conservatória. O júri contava com Hans Richter, Carl Goldmark e Brahms. Mahler disputou com a cantata Das klagende Lied, uma obra dramática, influenciada pelo romantismo fantástico alemão, que tinha escrito com entusiasmo, mas perdeu.
Ainda em 1881, trabalhou como regente em Laibach e em
1882 em Jihlava. Em janeiro de 1883, recebeu um telegrama que convidou-o a reger em Olmültz, na Morávia, em substituição a um maestro que havia falecido. Em Olmültz inicia-se de fato a carreira de Mahler como maestro.
As condições de trabalho em Olmültz eram muito ruins e o jovem regente era obrigado a improvisar. Seu ótimo desempenho e peculiar forma em dirigir chamou a atenção.
Em Setembro de 1883 Gustav assumiu como regente substituto do Teatro da Corte em
Kassel. Ele ficou em Kassel até abril de 1885.
Em seguida ele foi regente em
Praga (1885-1886) e em Leipzig (outono de 1886 a maio de 1888). Enquanto esteve em Praga, notabilizou-se pela ótima interpretação das óperas de Mozart e Wagner.

Em Setembro de 1888, Mahler assumiu como diretor da Ópera Real de
Budapeste, onde teve grande liberdade para trabalhar, além da responsabilidade de salvar a companhia da falência.
Seu trabalho com a Ópera Real foi coroado de êxito e ele mostrou ser, além de grande regente, um excelente administrador. O público e o lucro da companhia aumentaram. Em Janeiro de
1891, Brahms teria assistido a uma apresentação de Don Giovanni, de Mozart e dito que nunca assistira antes a um espetáculo de nível tão elevado.
Por essa época Mahler estuda com afinco
Literatura e Filosofia para completar sua formação intelectual. Entre os autores lidos por ele estão Fiódor Dostoiévski, Jean Paul e Nietzsche. Ele também estudara a coleção de poemas folclóricos Des Knaben Whuderhorn (A Cornucópia do Menino).
Em 14 de Março de 1891, devido a diferenças no trabalho, Mahler pediu a demissão em Budapeste. Em 29 de Março do mesmo ano, assumiu como regente titular do Teatro Municipal de Hamburgo, onde permaneceu por seis anos. Durante a época em que esteve em Hamburgo, a partir de 1894, começou a ter como assistente um jovem chamado Bruno Walter, que anos mais tarde notabilizaria-se como um grande regente e um dos melhores intérpretes das suas obras.
Por essa época, Mahler planejava obter um emprego na Ópera da Corte de Viena. Visitava o influente
Brahms várias vezes em busca de apoio. Infelizmente, havia um sentimento de que não-católicos e, principalmente, judeus não deviam ocupar cargos na Ópera de Viena. Em 1897, Mahler, que não era um judeu praticante, converteu-se ao Catolicismo. Além de ser conveniente para sua ascensão profissional, o Cristianismo atraía Mahler pelo fato de oferecer uma promessa de redenção, após uma fase de sofrimentos.
Em 1 de Maio, com 37 anos, Gustav foi nomeado Kappellmeister da Ópera da Corte de Viena. Em 13 de Julho tornou-se subdiretor e em 8 de Outubro diretor. Em
Viena teve início a parte mais prestigiosa e mais importante da sua carreira.
[
editar] Da Europa para os Estados Unidos
Durante 10 anos, Mahler permaneceu em Viena onde passou a ser considerado um grande perfeccionista. Durante os ensaios, mesmo quando os músicos tinham desempenhos brilhantes, ele exigia mais, o que algumas vezes gerava tensão. Mahler costumava dizer: tradição é desordem… No plano humano faço todas as concessões; no plano artístico, nenhuma. Não posso suportar os que se desleixam, só os que exageram me interessam. Essa maneira de ser fez com que ganhasse tantos admiradores, quanto inimigos.
Ele dirigia a Ópera de Viena durante nove meses por ano, e passava as férias compondo, a maior parte em
Maiernigg, onde tinha uma pequena casa em Wörthersee. Nesse local ele compôs as sinfonias 4,5,6,7 e 8, mais as cinco canções do Rückert-Lieder, ou Kindertotenlieder (Canções das Crianças Mortas), e as últimas canções dos textos de Des Knaben Wunderhorn (A Cornucópia do Menino), intituladas Der Tambourg'sell.

Em 7 de Novembro de 1901, Mahler conheceu a filha do pintor Emil Schindler, Alma Schindler (1879-1964), que era cerca de 20 anos mais nova. Em 9 de Março de 1902 os dois se casaram.
O casal Mahler teve duas filhas, Anna (1904-1988) que depois se tornou escultora, e Maria Anna (1902-1907) que morreu de
difteria em 1907. Neste mesmo ano, Mahler descobriu que tinha uma doença cardíaca (infective endocarditis) e perdeu o emprego na Ópera.
Sua demissão foi em parte provocada pela reação da imprensa anti-semita, principalmente após uma tentativa fracassada de promover a sua música. Em sua época, a
Quarta Sinfonia chegou até a ser bem recebida por algumas pessoas, mesmo assim, Mahler nunca foi um grande sucesso. Ele teve um pouco mais de reconhecimento somente após a execução da Oitava Sinfonia, em 1910. As obras que escreveu depois não chegaram a ser executadas, enquanto esteve vivo.
Depois que saiu da Ópera de Viena, Mahler aceitou um convite para dirigir a
Ópera Metropolitana de Nova Iorque (Metropolitan Opera). Em 21 de Dezembro de 1907 ele chegou a Nova Iorque. Sua estreia na Metropolitana ocorreu em 1 de Janeiro de 1908 com "Tristão e Isolda". Nessa época Mahler tinha 48 anos.
Gustav Mahler dirigiu o Metropolitan durante a temporada de 1908 e só foi deixado de lado em favor de
Arturo Toscanini. Durante as férias, como de costume, ele trabalhava em suas composições. No verão de 1908, em Toblach Mahler terminou Das Lied von der Erde (A Canção da Terra).
Em 1909 Mahler desligou-se do Metropolitan e aceitou contrato de três anos com a recém-organizada Filarmônica de Nova Iorque (New York Philharmonic Orchestra). No verão, de volta à Europa, posou para o artista Rodin em Paris.
Em
1910 terminou a Nona Sinfonia (seu último trabalho completo) e começou a escrever a Décima.
Nesse ano, sua esposa Alma precipitou uma crise conjugal ao fazer amizade com
Walter Gropius. Em Leyden Mahler teve uma consulta com o psicanalista Sigmund Freud.
De volta à América, em Fevereiro de
1911, Mahler ficou extremamente doente. O médico da família, Joseph Fränkel, em Nova Iorque, diagnosticou uma infecção estreptocócica. Por sugestão do médico, no começo de Abril, Mahler partiu para Paris para consultar um bacteriologista. Nessa época Paris, em virtude das descobertas de Louis Pasteur era um centro de referência para o estudo de moléstias de origem bacteriológica.
Por um breve período, Mahler teve uma pequena melhora e chegou até a planejar uma viagem para o
Egipto. Contudo, ele não conseguiu se recuperar. Um médico especialista em hematologia sugeriu que Mahler fosse internado em Viena e para lá ele foi levado.

A 18 de Maio de
1911, com 50 anos e 46 semanas, Gustav Mahler morreu em Viena, então capital do Império Austro-Húngaro, de uma infecção estreptocócica do sangue. Suas últimas palavras foram: Minha Almschi (uma referência a sua esposa Alma, literalmente traduzido, Minha Alminha) e "Mozart". Como Beethoven, morreu durante uma trovoada. Ele foi sepultado em Viena, no Cemitério Grinzinger, ao lado da filha Maria, conforme revelou antes de partir.

Em certos aspectos Mahler foi para a música do século XX, aquilo que
Haydn representou para a geração de músicos que lhe sucederam. As composições de Mahler tiveram um grande impacto em compositores como Schönberg, Webern, e Berg, e em maestros como Bruno Walter e Otto Klemperer. Esses dois trabalharam com Mahler e foram ajudados por ele em suas carreiras, e mais tarde ajudaram a difundir a música de Mahler pela América, onde esta influenciaria a composição das músicas para os filmes de Hollywood.
Mahler também influenciou
Erich Korngold e Richard Strauss, e as primeiras sinfonias de Havergal Brian.
Entre as inovações introduzidas por Mahler estão o uso de melodias com grandes implicações para a harmonia, a combinação expressiva de instrumentos, em grande e pequena escala e combinação da voz e do coral à forma sinfônica.
Além de
compositor, Mahler foi também um grande maestro e suas técnicas de regência sobrevivem até os dias de hoje.
Em sua época Mahler encontrou dificuldades em ver seu trabalho aceito. Por bastante tempo ele ficou mais conhecido por suas excepcionais habilidades como maestro de orquestra do que como compositor. Porém, ele confiava em seu talento e dizia: Meu tempo há de chegar! E de fato, seu tempo chegou, na metade do
século XX, pelas mãos de uma geração de regentes e admiradores que o conheceram, como o norte-americano Leonard Bernstein. Em pouco tempo, ciclos completos das sinfonias de Gustav Mahler foram gravados e suas obras foram executadas por muitas orquestras importantes.
Actualmente entre os maiores e mais conhecidos intérpretes de Mahler estão:
Pierre Boulez, Riccardo Chailly, Claudio Abbado, Bernard Haitink, Simon Rattle, Michael Tilson Thomas, Zubin Mehta, Markus Stenz e Benjamin Zander.
[
editar] Conjunto da obra
Gustav Mahler inicialmente seguiu a tradição dos músicos alemães, encabeçada por
Johann Sebastian Bach e pela "Escola de Viena" de Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert, e que ainda incoporaria uma geração de compositores românticos, tais como Schumann e Mendelssohn.. Entretanto, a influência decisiva em seu trabalho veio de Richard Wagner, quem, segundo suas palavras, era o único compositor que realmente tinha o desenvolvimento (ver forma-sonata) em suas músicas, depois de Beethoven.



O conjunto de seu trabalho artístico é formado basicamente de canções (ou lied), 9 sinfonias completas (Mahler chegou a trabalhar numa décima, mas não conseguiu terminá-la) e um poema sinfônico. As sinfonias são as obras que mais se destacam em sua produção artística.
A música de Mahler é bastante pessoal e reflete muito da personalidade e vida do autor. Suas sinfonias são temáticas e são influenciadas pela literatura. As sinfonias são complexas, enormes, tanto na duração, quanto na quantidade de músicos necessários para sua execução. Mahler costumava dizer que suas sinfonias deviam representar o mundo. De maneira parecida com a nona sinfonia de Beethoven, a voz humana é usada nas sinfonias números 2, 3, 4 e 8. Sua sinfonia número 8 requer mais de mil músicos, entre orquestra, solistas e um coral imenso.
Mahler costuma usar melodias folclóricas, marchas, e instrumentos, como trompete, que lembram a música militar, suas sinfonias são muito coloridas, com alternâncias rápidas e inesperadas de notas altas e baixas, sons fortes e fracos, momentos de tragédia, de triunfo, e de paz e extrema beleza. A
orquestração é original e o uso que faz dos instrumentos definem um som mahleriano inconfundível.

A morte é o tema presente em sua obra. Passagens alegres dão lugar a outras trágicas e de desespero, que refletem a vida atribulada do próprio compositor. Mahler não teve uma infância fácil, seu pai batia na mulher, viu o irmão querido morrer, seus pais morreram mais ou menos logo, e ele viu-se na condição de chefe da família e responsável pelo sustento dos outros irmãos mais novos. Mesmo após tornar-se adulto e ser independente, a vida não foi fácil. O espectro da morte pairava sobre Mahler, pois ele, da mesma forma como a mãe, sofria de problemas cardíacos; sua filha morreu em 1907; era apaixonado pela esposa, Alma, contudo esta o traía.
Apesar de a tragédia ou a morte estarem sempre presente, não se pode dizer que a obra de Mahler seja pessimista. De todas as suas sinfonias completas, apenas uma (a sexta) termina realmente mal, com a morte do herói sinfônico, e mesmo assim, de forma bastante heróica, no melhor estilo das grandes tragédias gregas. Algumas passagens, como o Adagietto da
sinfonia n.º 5, ou o tema Alma da sinfonia n.º 6 são muito belas.
Gustav Mahler foi também o prenúncio de uma nova era da história da música, em que as composições passariam a ser atonais. Músicos famosos, dessa nova era, e que lhe sucederam, como
Alban Berg e Arnold Schönberg mostrariam respeito e admiração pelo músico. Schönberg escreveu sobre Mahler: Em vez de perder-me em palavras, talvez fosse melhor dizer logo: acredito firmemente que Gustav Mahler foi um dos maiores homens e dos maiores artistas que jamais existiram.
As sinfonias de Mahler costumam ser divididas em três períodos. As sinfonias do primeiro período são conhecidas como sinfonias Wunderhorn e abrangem as sinfonias números 2, 3 e 4. Elas têm esse nome porque têm vínculos com a música feita por Mahler para os poemas conhecidos como Das Knaben Wunderhorn (A Maravilhosa Cornucópia do Rapaz). Pode-se dizer que elas representam a busca de Mahler por uma fé firme e ao mesmo tempo uma busca para suas respostas sobre a existência.

A
sinfonia n.º 1 usa elementos do Lieder Eines Fahrenden Gesellen (Canções de um Viajante Errante) e de Das Klagend Lied (A Canção da Lamentação). É puramente instrumental e também tem certa relação com Das Knaben Wunderhorn, ainda que de maneira mais indireta.
As sinfonias do segundo período: 5, 6 e 7, costumam ser chamadas de sinfonias Rückert. Elas têm esse nome porque a composição delas foi influenciada pela musicalização que Mahler fez para os poemas de
Friedrich Rückert (1788-1866). Elas são puramente instrumentais e as mais trágicas do ciclo sinfônico.
O último período não tem nome e abrange as últimas obras do artista: as sinfonias 8, 9 e a inacabada 10, além da sinfonia canção Das Lied von Der Erde (A Canção da Terra). A voz humana é usada em grande parte na sinfonia 8, e ela costuma ser chamada às vezes de sinfonia coral.
As sinfonias 9 e 10 são instrumentais, e o poema sinfônico Das Lied von Der Erde (A Canção da Terra) é cantado. Existe um certo mistério em torno dela. A princípio era para ser sinfonia número 9, mas por superstição Mahler preferiu que fosse conhecida como um poema sinfônico.

Sinfonias
Sinfonia n.º 1 (ré maior), Titã (18841888)
Sinfonia n.º 2 (dó menor, termina em mi bemol maior), Resurreição(18881894)
Sinfonia n.º 3 (ré menor) (18951896)
Sinfonia n.º 4 (sol maior, termina em mi maior), 18991901)
Sinfonia n.º 5 (dó#menor, termina em ré maior), (19011902)
Sinfonia n.º 6 (la menor), Trágica(19031904)
Sinfonia n.º 7 (mi menor, termina em dó maior), Canção da Noite(19041905) (Subtitle not by Mahler)
Sinfonia n.º 8 (mi bemol maior), Sinfonia dos Mil(1906) (subtítulo de que Mahler não gostava)
Sinfonia n.º 9 (ré maior, termina em ré bemol maior)19091910)
Sinfonia n.º 10 (fa#menor, termina em fa#maior)19101911, incompleta, Adagio e Purgatório preparados para apresentação por Ernst Krenek (1924), versões completas por Deryck Cooke (1960, 1964, 1975), Clinton Carpenter (1966), Joseph Wheeler (19481965), Remo Mazzetti, Jr. (1989), Rudolf Barshai (2000), e Nicola Samale/Giuseppe Mazzucca (2002). Muitos maestros célebres se recusaram a a interpretar a sinfonia completa, entre eles Bruno Walter e Leonard Bernstein.
[
editar] Ciclos de canções, coleções e outros trabalhos vocais
Das Klagende Lied 1880
Drei Lieder (três canções para ternor e piano,
1880)
Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit (14 canções para piano com acompanhamento,
18801890)
Lieder eines fahrenden Gesellen (para voz com piano ou acompanhamento orquestral, 18831885)
Lieder aus "
Des Knaben Wunderhorn" (para voz e orquestra, 18921896, mais dois em 1899 e 1901)
Rückert Lieder (para voz com piano ou acompanhamento orquestralt, 19011902)
Kindertotenlieder (para voz e orquestra, 19011904)
Das Lied von der Erde, (19071909)
Filmes
Sobre o compositor
1974 - Mahler
[1][2]
2001 - Palavras ao vento (Bride of the Wind)
[3][4]
Trilha sonora
1992, 1993 - O óleo de Lorenzo (Lorenzo's Oil)
[5]
1974 - O Jogador (The Gambler)
IMDB
1971 - Morte em Veneza (Morte a Venezia)
[6][7]
1998 -
Star Trek: Voyager, episódio: Counterpoint
im.wikipedia