Im Kino: G.Ludovice
José Saramago nasceu numa aldeia do Ribatejo, chamada Azinhaga. De uma família de pais e avós pobres. A vida simples, transcorrida em grande parte em LISBOA, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas 2 anos de idade – impede-o de ingressar em uma universidade, apesar do gosto que demonstra desde cedo pelos estudos. Para garantir o seu sustento, formou-se em uma escola técnica. Seu primeiro emprego foi como mecânico de carros. Entretanto, fascinado pelos livros, à noite visitava com grande frequência a Biblioteca Municipal Central - na capital portuguesa.
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O homem, entretanto classificado por um rótulo pessoal que o distinguirá dos seus parceiros, saídos como ele da linha de montagem, é posto a viver num edifício a que se dá, por sua vez, o nome de Sociedade. Ocupará um dos andares desse edifício, mas raramente lhe será consentido subir a escada. Descer é permitido e por vezes facilitado. Nos andares do edifício há muitas moradas, designadas umas vezes por camadas sociais, outras vezes por profissões. A circulação faz-se por canais chamados hábito, costume e preconceito. É perigoso andar contra a corrente dos canais, embora certos homens o façam durante toda a sua vida. Esses homens, em cuja massa carnal estão fundidas as qualidades que roçam a perfeição, ou que por essas qualidades optaram deliberadamente, não se distinguem pela cor da pele. Há-os brancos e negros, amarelos e pardos. São poucos os acobreados por se tratar de uma série quase extinta.
O destino final do homem é, como se sabe desde o princípio do mundo, a morte. A morte, no seu momento preciso, é igual para todos. Não o que a precede imediatamente. Pode-se morrer com simplicidade, como quem adormece; pode-se morrer entre as tenazes de uma dessas doenças de que eufemisticamente se diz que “não perdoam”; pode-se morrer sob a tortura, num campo de concentração; pode-se morrer volatilizado no interior de um sol atómico; pode-se morrer ao volante de um Jaguar ou atropelado por ele; pode-se morrer de fome ou de indigestão; pode-se morrer também de um tiro de espingarda, ao fim da tarde, quando ainda há luz de dia e não se acredita que a morte esteja perto. Mas a cor da pele não tem importância nenhuma. (...)
Romances: Terra do pecado, 1947 Manual de pintura e caligrafia, 1977 Levantado do chão, 1980 Memorial do convento, 1982 O ano da morte de Ricardo Reis, 1984 A jangada de pedra, 1986 História do cerco de Lisboa, 1989 O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991 Ensaio sobre a cegueira, 1995 A bagagem do viajante, 1996 Cadernos de Lanzarote, 1997 Todos os nomes, 1997 A caverna, 2000 O homem duplicado, 2002 Ensaio sobre a lucidez, 2004 As intermitências da morte, 2005 As pequenas memórias, 2006
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