Kino:G.Ludovice
"Cerca de um terço do sofrimento que devo suportar é inteiramente inevitável por ser inerente à própria condição humana. Representa o preço que todos temos que pagar pelo fato de sermos dotados de sensibilidade; embora sedentos de libertação, nos sujeitamos às leis naturais que nos obrigam a continuar caminhando (sem poder retroceder) através de um mundo inteiramente indiferente ao nosso bem-estar. Caminhando em direção à decrepitude e à certeza da morte. Os outros dois terços são 'confeccionados em casa' e o Universo os considera inteiramente supérfluos." A ilha, 1962
Estudou na aristocrática escola de Eton, que foi obrigado a abandonar aos dezesseis anos, devido a uma doença nos olhos que quase o cegou impedindo-o de cursar medicina. Mais tarde, ele recuperou visão suficiente para se formar com honra pela Universidade de Oxford, mas não suficiente para servir o exército britânico durante a Primeira Guerra Mundial. Em Oxford, engajou-se com a literatura pela primeira vez, conhecendo Lytton Strachey e Bertrand Russell, também se tornou um amigo íntimo de D. H. Lawrence.
Em 1921, lançou "Crome Yellow", o primeiro de uma série de romances e novelas que combinam diálogos emocionantes, e um aparente ceticismo, com profundas considerações morais.
Viveu a maior parte dos anos 20 na Itália fascista de Mussolini que inspirou parte dos sistemas autoritários retratados em suas obras.
A obra-prima de Huxley, "Brave New World" (Admirável Mundo Novo), foi escrita durante quatro meses no ano de 1931. Os temas nela abordados remontam grande parte de suas preocupações ideológicas como a liberdade individual em detrimento ao autoritarismo do Estado.
No ano de 1937 Aldous Huxley mudou-se para Los Angeles, e em 1938, no auge da sua carreira, chegou a Hollywood, como um de seus mais bem remunerados roteiristas. Nessa fase, escreveu romances como "Também o cisne morre" (1939), "O Tempo pode parar" (1944), "O macaco e a essência" (1948).
- Thanks to words, we have been able to rise above the brutes; and thanks to words, we have often sunk to the level of the demons
- "Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow, and Other Essays: And Other Essays" - Página 80; de Aldous Huxley - Publicado por Harper, 1956 - 301 páginas
Em 1959, foi agraciado pela Academia Americana de Artes e Letras com um prêmio por seus romances. Tal premiação era concedida a cada cinco anos e havia sido entregue anteriormente a Ernest Hemingway, Thomas Mann e Theodore Dreiser.
"Já não compramos laranjas, compramos vitalidade, já não compramos um automóvel, compramos prestígio. (...) Com um dentifrício, por exemplo, adquirimos, não um mero antisséptico ou um produto de higiene, mas sim a libertação do medo de sermos sexualmente repulsivos. Com o vodka ou o whisky não adquirimos um veneno protoplásmico que, em pequenas doses, pode afetar o sistema nervoso de maneira psicologicamente valiosa; estamos adquirindo amizade e boa camaradagem... (...) Com o best-seller do mês adquirimos cultura, a inveja dos vizinhos menos ilustrados e a admiração dos que são intelectuais." Regresso ao Admirável Mundo Novo, 1959
Huxley produziu um total de 47 livros ao longo de sua vida. O crítico britânico Anthony Burgess uma vez afirmou que Huxley fora o pioneiro do "romance cerebral". No entanto, outras correntes de críticos classificaram Huxley como um ensaísta, ao invés de romancista, pois suas obras eram conduzidas mais apoiadas sobre suas idéias do que o desenrolar de personagens ou contextos de histórias.
- From their experience or from the recorded experience of others (history), men learn only what their passions and their metaphysical prejudices allow them to learn
- Collected Essays - Página 310; de Aldous Huxley - Publicado por Harper, 1959 - 399 páginas
1920 - Limbo, contos de estréia
1921 - Crome Yellow, romance
1923 - Antic Hay (Ronda Grotesca), romance
1926 - Two or Three Graces (Duas ou Três Graças), contos
1928 - Point Counter Point (Contraponto), romance
1932 - Brave New World (Admirável Mundo Novo) , romance
1936 –
"Um. Todos nós somos capazes de sentir amor por outros seres humanos.
"Dois. Impomos limitações a esse amor.
"Três. Podemos transcender a todas essas limitações - se nos aprouver. (É uma questão de observação que, quem quer que o deseje, poderá vencer a repugnância pessoal, o sentimento de classe, o ódio nacional, o preconceito de cor. Não é coisa fácil; mas podemos conseguir, se tivermos vontade e soubermos pôr em prática as nossas boas intenções.)
"Quatro. Amor que se manifesta em bom tratamento cria amor. Ódio que se manifesta em mau tratamento cria ódio.
"À luz desses fatos é óbvio quais deveriam ser os comportamentos políticos entre pessoas, entre classes, entre nações. Mas, ainda uma vez, o saber não basta. Saber, todos nós sabemos; onde quase todos nós fracassamos é em fazer. E a questão está, habitualmente, em achar os melhores métodos de dar cumprimento às intenções. Entre outras coisas, a propaganda da paz deve consistir numa série de instruções para a arte de modificar o caráter."
1937 - Ends and Means (Despertar do Mundo Novo), ensaios
1939 –
1941 – Grey Eminence (Eminência Parda), bibliografia romanceada
1943 – The Art of Seeing, ensaios
1945 - Time Must Have a Stop (O Tempo Deve Parar) , romance
1946 – The Perennia Philosophy, ensaios
1949 – Ape and Essence (O Macaco e a Essência), romance
1950 – The Doors of Perception / Heaven and Hell (As Portas da Percepção / Céu e Inferno), ensaios
1959 –
1962 – Island, romance
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