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Donnerstag, 22. Oktober 2009

seitens der Städte.. LISSABON: Gabriela LLansol

LISSABON 2009
foto:G.Ludovice

Maria Gabriela Llansol

Maria Gabriela Llansol Nunes da Cunha Rodrigues Joaquim
(Lisboa, 24 de Novembro de 1931 - Sintra, 3 de Março de 2008), mais conhecida, simplesmente, como Maria Gabriela Llansol, foi uma escritora portuguesa.




“"_____ eu nasci em 1931, no decurso da leitura silenciosa de um poema". Lisboa, 24 de Novembro. A herança paterna, presente "na verticalidade e na maneira frontal de olhar", e o legado catalão que lhe vem dos bisavós maternos, darão corpo de escrita ao nome Llansol. Concluído o Curso de Direito em 1955 e o Curso de Ciências Pedagógicas em 1957, MGL inicia um trabalho de experiência pedagógica que terá continuidade na Bélgica, na chamada Escola da Rua de Namur, em Lovaina (1971-79), onde põe em prática uma experiência inovadora com a linguagem.

É já a busca de uma língua "nova", a "língua sem impostura", tão presente em Um Beijo dado Mais Tarde (1990), a que fará surgir um texto "novo". No meio dessa experiência escreverá O Livro das Comunidades (1977), o primeiro da Trilogia Geografia de Rebeldes.

A ida para a Bélgica traça um percurso de escrita que, apenas esboçado em Portugal (Os Pregos na Erva, 1962), será reconhecido como um caso singular na escrita portuguesa. MGL parte em 1965 e só em 1985 regressa a Portugal. Os anos da Bélgica têm nome de lugares — “Lovaina” (1965-75), “Jodoigne” (1975-80) e “Herbais” (1980-85).




Longe da sua língua, é nela que evolui, desconhecendo (como diz nos anos de Lovaina) "o texto surpreendente que me espera". Ao falar do seu "texto nascente", MGL lembra (“Bruxelas”, “Europália”, 1991) o modo como, na Bélgica, a "sobreimpressão" da paisagem com a língua que levara de Portugal fez surgir o "Locus/Logos" do texto — "Entre vós, na minha língua confrontada às vossas paisagens".

Dessa experiência surgirá a sobreimpressão, num mesmo tempo e lugar, de figuras arrancadas ao seu tempo histórico, que se transfiguram para que os "encontros inesperados" e "de confrontação" possam ter lugar — são figuras de beguinas, é Hadewijch, São João da Cruz, Eckhart, Espinosa, Camões, Copérnico, Giordano Bruno, Hölderlin, Bach, Nietzsche, Fernando Pessoa mudado em Aossê (AOSSEP), Jorge de Sena em Jorge Anés, Teresa de Lisieux, Emily Dickinson, Rimbaud e Maria Gabriela Llansol, entre outros. E Bach e Pessoa num lugar — Lisboaleipzig.

Figuras de escritores, de místicos, de rebeldes, uma linhagem de seres para quem a resignação não faz sentido, que não aceitaram "ver a sua vida amputada de vibração, de intensidade e amplitude", e que a espécie pudesse ser fundada "na posse de uns sobre os outros". Nessa recusa, tentaram abrir caminho à liberdade de consciência, ao direito à autonomia da sua vida, e ao dom poético, para que fosse possível uma nova paisagem humana.
É uma história que, ainda hoje, continua a fazer-se e, nesse sentido, esses seres do passado vêm do futuro, continuando "com a sua consciência livre, a criação do mundo". São muitas as linhas que mostram o percurso de MGL e a experiência que resultou em texto novo. Ao longo dos Diários — Um Falcão no Punho (1985), Finita (1987) e Inquérito às Quatro Confidências (1996) — que transmigram para os outros livros, desconstruindo assim questões de género, e em livros como Lisboaleipzig 1 e 2 (1994) ou Onde Vais, Drama-Poesia? (2000), MGL mostra como a experiência do real se transfigura em realidade no texto — "escrever é o duplo de viver".

Por que escreve? Não há um porquê. Há uma afirmação. Eu só posso dizer "eu escrevo".E por que é que não pode dizer "porquê"? Porque se eu respondesse 'porquê' criava uma relação de causa e efeito.Ora, eu não sinto em mim o porquê de escrever, como eu não sinto em mim o porquê de beber ou o porquê de olhar. Há a constatação de uma realidade: e nasci constitutivamente assim, escrevendo." Maria Gabriela Llansol in Jornal de Notícias(14 de Julho de 1991)
Obras
1962 - Os Pregos na Erva
1973 - Depois de Os Pregos na Erva
[
editar] Geografia de Rebeldes
1977 - O Livro das Comunidades.
1983 - A Restante Vida.
1984 - Na Casa de Julho e Agosto.
[
editar] O Litoral do Mundo
1984 - Causa Amante.
1986 - Contos do Mal Errante. Com posfácio de Manuel Gusmão
1988 - Da Sebe ao Ser.
1990 - Amar um Cão.
1990 - O Raio sobre o Lápis.
1990 - Um Beijo Dado mais tarde.
1993 - Hölder, de Hölderlin.
1994 - Lisboaleipzig I. O encontro inesperado do diverso.
1994 - Lisboaleipzig II. O ensaio de música.
1998 - A Terra Fora do Sítio.
1998 - Carta ao Legente.
1999 - Ardente Texto Joshua.
2000 - Onde Vais, Drama-Poesia?
2000 - Cantileno.
2001 - Parasceve. Puzzles e Ironias.
2002 - O Senhor de Herbais. Breves ensaios literários sobre a reprodução estética do mundo, e suas tentações.
2003 - O Começo de Um Livro é Precioso.
2003 - O Jogo da Liberdade da Alma.
2006 - Amigo e Amiga. Curso de silêncio de 2004.
[
editar] Diários
1985 - Um Falcão no Punho. Diário I.
1987 - Finita. Diário II.
1996 - Inquérito às Quatro Confidências. Diário III.
[
editar] Traduções
1995 -
Emily Dickinson, Bilhetinhos com Poemas (sob o pseudónimo de Ana Fontes)
1995 -
Paul Verlaine, Sageza.
1996 -
Rainer Maria Rilke, Frutos e Apontamentos.
1998 -
Rimbaud, O Rapaz Raro.
1999 -
Thérèse Martin, de Lisieux, O Alto Voo da Cotovia.
2001 -
Apollinaire, Mais Novembro do que Setembro.
2002 -
Paul Éluard, Últimos Poemas de Amor.
2003 -
Charles Baudelaire, As Flores do Mal.
[
editar] Prémios
Prémio Dom Dinis da Fundação Casa de Mateus do ano de 1985 - obra "Um Falcão no Punho"
Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB da Associação Portuguesa de Escritores do ano de 1990 - obra "Um Beijo Dado Mais Tarde"
Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB da Associação Portuguesa de Escritores do ano de 2006 - (Julho de 2007) - obra "Amigo e Amiga
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