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Mittwoch, 7. Oktober 2009

seitens der Städte, Lissabon, Carlos Paredes

LISSABON 2009
foto.G.Ludovice
Carlos Paredes

(Coimbra, 16 de Fevereiro de 1925Lisboa, 23 de Julho de 2004) foi um compositor e guitarrista português. Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pais, avós, tios, todos eles exímios guitarristas de Coimbra - mantém um estilo Coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições.
Conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.

Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".



Em 1934, muda-se para Lisboa com a família, e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai, do meu avô, bisavô e tetratavô".
Carlos Paredes inicia em 1939 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na
Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.





Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente "Carlos Paredes".
Em 1958, é preso pela
PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»
Em 1962, é convidado pelo realizador
Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.
Tocou com muitos artistas, incluindo
Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".

«Enorme, desajeitado, com o seu eterno sorriso tímido de quem pede desculpa de existir. Sentou-se, aconchegou a guitarra a si, agarrou-se à guitarra e a guitarra a ele, passaram a ser um corpo único, um só tronco de música e de raiva, de sonho e de melodia, de angústia e de esperança, exprimindo por sons tanta coisa que nós não tínhamos palavras para dizer» - José Carlos de Vasconcelos recordava assim Carlos Paredes após ter assistido, no Teatro Avenida, na Coimbra dos anos 60, a uma inesquecível festa da Tomada da Bastilha que comemorava também o dia do estudante.





Quando os presos políticos foram libertados depois do
25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.

A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».
Uma doença do sistema nervoso central (
mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

"Quando eu morrer, morre a guitarra também.O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele. Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”



1967 «Guitarra portuguesa»
Variações em Ré maiorPorto SantoFantasiaMelodia N.2DançaCanção verdes anosDivertimentoRomance N.1Romance N.2Pantomima (sem acompanhamento)Melodia N.1(Acompanhamento à viola de Fernando Alvim)
1971 «Movimento perpétuo»
Movimento perpétuoVariações em ré menorDanças portuguesas N.2Variações em mi menorFantasia N.2ValsaVariações sob uma dança popularMudar de vida - temaMudar de vida - música de fundoAntónio Marinheiro - tema da peçaCanção
1980 – “O oiro e o trigo” (editado na RDA)
[
editar] 1983 «Concerto em Frankfurt»
Canto do amanhecerCanto de trabalhoCanto de embalarCanto de amorCanto de ruaCanto de rioA montanha e a planícieDança palacianaSedeDança dos camponesesIn MemoriamFesta da PrimaveraVariações

[
editar] 1987 «Espelho de Sons»
Coimbra e o Mondego: Variações- Variações sobre o Mondego, de Gonçalo Paredes- Variações em Ré Menor, de Artur Paredes- Variações em Lá Menor, de Artur ParedesOs amadores: Desenho duma melodia- Amargura- O discursoA canção: Melodia para um poeta- Canção de AlcipeO teatro: A noite- O fantocheLisboa e o Tejo: Canto do amanhecer- Serenata- Dança palaciana- Canto de trabalho- Jardins de Lisboa (Verdes anos)- Canto de rua- Canto do rioA dança: Prólogo - Abertura para um bailado- Raiz (Dança melancólica)- Dança de camponesesA mãe e o lar: Canto de embalar- Canto de amorContrastes: Sede- Canto da primavera
[
editar] 1989 «Asas Sobre o Mundo»
Asas sobre o mundoNas asas da saudadeCanto do amanhecerCanto de ruaCanto de trabalhoCanto de amorVerdes anosCanto de embalarDança dos camponesesMarionetasRaizSedeCanto de primaveraVariações sobre o MondegoVariações sobre o Mondego N.1Variações sobre o Mondego N.2Canto do TejoSerenata no TejoFado moliceiroDesenho duma melodiaO discursoA noiteAmargura
1994 - «O Melhor dos Melhores»
1996 – “Na corrente” (compilação de material inédito)
[
editar] 2000 «Canção para Titi: Os inéditos 1993»
MemóriasValsa diabólicaUma canção para minha mãeEscadas do quebra costasCanção para TitiMar GoêsArcos do jardimArco de AlmedinaDiscurso
[
editar] Álbuns em colaboração
1970 – “Meu país”, de Cecília Melo
1975 – “É preciso um país”, com Manuel Alegre
[editar] 1986 «Invenções Livres», com António Vitorino d'Almeida
Improviso 1Improviso 2
1990 – “Dialogues”, com Charlie Haden
[editar] Antologias
1998 – O Melhor de Carlos Paredes : Guitarra
2002 - Uma Guitarra com Gente Dentro
2003 - O Mundo segundo Carlos Paredes (obra completa)
[
editar] EPs
1957 – Carlos Paredes
1962 – “Verdes anos” (banda sonora)
[
editar] Filmes
A música de Carlos Paredes, composta com esse fim ou não, foi utilizada em diversos filmes:
1960 – “Rendas de metais preciosos” de Cândido da Costa Pinto
1962 – “Verdes anos” de Paulo Rocha e “P.X.O.” de Pierre Kast e Jacques Doniol-Valcroze
1964 – “Fado corrido” de Jorge Brum do Canto
1965 – “As pinturas do meu irmão Júlio” de Manoel de Oliveira
1966 – “Mudar de vida” de Paulo Rocha e “Crónica do esforço perdido” de António de Macedo
1968 – “A cidade” de José Fonseca e Costa e Tráfego e estiva” de Manuel Guimarães
1969 – “The Columbus route” de José Fonseca e Costa e “Na corrente” (documentário para a televisão ) de Augusto Cabrita, composto de improviso
1970 – “Hello Jim” de Augusto Cabrita
2006 - “Movimentos Perpétuos: Tributo a Carlos Paredes” de Edgar Pêra
[
editar] Outros
1971 - Paredes compôs a música para a peça “O avançado centro morreu ao amanhecer” de Augustin Cuzzani encenada pelo Grupo de Teatro de Campolide
1982 – “Danças para uma guitarra”, coreografia de Vasco Wellenkamp sobre música de Carlos Paredes
1984 - Compôs a música para a peça “O Avarento”, de Molière, produção do Teatro Na Caixa, encenada por Adolfo Gutkin
1989Paul McCartney integra o tema “Dança” na música ambiente da sua digressão mundial
1991 – Acompanhado por Luísa Amaro, é convidado especial dum concerto que os Madredeus realizaram no Coliseu dos Recreios de Lisboa, posteriormente editado com o título “Lisboa”
1992 – A RTP grava um espectáculo de Carlos Paredes (acompanhado por Luísa Amaro e Fernando Alvim) e com a participação entre outros de Nuno Guerreiro, Mário Laginha e Rui Veloso
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