ops

Samstag, 18. Oktober 2008

seitens der Stadte : WIEN: Por causa dos Auersbergerianos

WIEN
Kino:G.Ludovice 2008

Será talvez porque a tolice de grupo é mais feia e aumenta sempre, embora se arrebite em ser um belo mundo.
Usava os olhos como companheiros de vida e só com eles se esfarrapava em conversa, mesmo que desusados os temas.
Havia indo perdendo essa florida Gentzgasse dos outros, que se pensa existir para todos nela se passearem, mas nem todos lá se continuam; existem números de sorte nos destinos e alguns calham ficar num outro tamanho, sem nome grande nem espaço para pessoas se atamancarem no plural.
Por vezes assomava-se à esquina que se acotovelava na tal Gentzgasse, confundindo-se entre o cá e o lá nos seus pensamentos, mas logo os seus pés eram desmembrados dos passos seguintes que já se iam misturar como bichos cavalos acossados pelo chicote no meio de uma cidade.
Não sabia quem era o usador desse apagador dos seus passos para aquela direcção, e essa inquietação era quase tão cara como pensar num Deus fora do seu pedestal, entre os homens a gargalhar na Gentzgasse. Esta parece ficar no centro, porque também parece que só lá pode haver alegria.
Mas pode não ser assim, pode ser que o som que vem de lá seja uma miragem de onde vêm sorrisos sem aquela mala do corpo.
Até pode ser que os outros ligados como estão vistos de fora da Gentzgasse, estejam afinal amarrados impiedosamente à força, quando bem observados lá dentro.
Não é que os seus ouvidos se inchem de histórias desses outros, mas nas pequenas frases que porventura lhe chegam até distorcidas, mesmo distorcendo-as para as fazer voltar à sua verdade, fica sem inveja desses todos, se a tinha num bocadinho de si, à laia de atrevida semente. Mesmo no esforço da contradição, o azul do céu enxota-a deles.
Debuta em solidão.

para Thomas Bernhard ( 1931/1989) Escritor austríaco
G.Ludovice 2008

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